segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Primeiras leituras de Outono: "O rapaz de olhos azuis" de Joanne Harris

Neste momento não me encontro a ler livro algum. Há dias acabei de ler um livro pelo qual anciava há algum tempo, penso que desde Março (altura em que foi lançado em Inglaterra). Mas como estas coisas dos livros e editoras tem a sua demora, o livro só chegou às minhas mãos o mês passado (altura em que a autora veio a Lisboa lançar o livro editado pela ASA).

É a mais recente obra de Joanne Harris e intitula-se "O Rapaz de olhos azuis". À partida o título não é muito sugestivo, parece o título de um livro para crianças, mas como vos digo... PARECE. O livro com título para crianças, de infantil não tem nada, é um thriller psicológico, que faria qualquer criancinha dormir de luz acesa.

Deixando o título para trás, entreguei-me uma vez mais ao prazer da leitura, desta vez seguindo as palavras de uma das minhas autoras preferidas. Página a página, capítulo a capítulo fui fazendo parte de uma história intrigrante, complexa, e acima de tudo bem escrita.

Mais uma vez a escrita de Joanne Harris não me desapontou. Apesar de ser um livro atípico da sua escrita recente. Digo recente porque Joanne Harris começou por escrever livros deste género no início da sua carreira, nos anos 80. Mas esses livros infelizmente ainda não foram publicados pela ASA. Está para breve a edição de "The evil seed", o seu primeiro romance. Dedicando-se a uma escrita de sabores, cheiros e histórias de meios rurais, que dá vontade de conhecer aqueles lugares, aquela gente.

"O rapaz de olhos azuis" é um livro para ser lido e relido, se necessário voltar atrás (pois não convém avançar na história com dúvidas, correndo o risco de não compreendermos o seu final).

A sinestesia é um dos temas principais na história. As cores adquirem um papel preponderante. Ajudam-nos a perceber quem é quem. Já imaginaram viverem uma vida inteira usando a mesma cor em tudo?? Isso pode afectar a mente daqueles que foram sujeitos a tal crueldade. E é numa mente assim que vamos entrar nesta história. A mente do "Rapaz de olhos azuis". Uma mente seriamente afectada pelo passado, a sua infância, a relação com a mãe e os irmãos…

Mas posso dizer que nesta história, não há só uma mente afectada. Tenho dito.

1 comentário:

  1. Tens dito e muito bem. Esta tua crítica está muito boa e muito abrangente, dado que és uma expert nesta autora. Esse teu final diz tudo, este livro descreve muitas mentes afectadas... as mentes afectadas vão infectando outras.Gostei e gostei mais ainda por sentir que estás a começar a aquecer os motores e devem vir aí mais coisas, espero! Força!

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