Entre aguarelas e pincéis

Nunca tive jeito para o desenho. E sempre fui da opinião de que isso é inato numa pessoa. Logo, eu não fui abençoada com esse dom à nascença. Mas sempre gostei muito de arte, principalmente, de pintura. E admiro muito quem sabe fazê-lo. Porque não é uma tarefa fácil. E não estou a falar de rabiscos. Estou a referir-me a obras-primas.

Aprecio todo o tipo de arte, mas tenho especial admiração por realismo e naturalismo. Gosto de ver as coisas como elas são. Gosto ainda mais de paisagens e objectos. Não tanto de retratos.

Tudo isto, para dizer que estou decidida a pintar um quadro para pôr em minha casa. Sempre tive esse sonho. Mas o pior é consegui-lo.

Dizem-me que com a prática isso vai lá, mas acho que não estão bem a ver a primitiva que eu sou nestas coisas. Mal sei usar um pincel. Nem sei que movimentos lhe dar. Por onde começar. Que materiais usar. Enfim... estão a ver a situação.

Mas como sou uma pessoa decidida, vou fazê-lo custe o que custar. Mesmo que não fique uma obra-prima, e sim um rabisco. Não faz mal, o valor que esse quadro terá para mim, valerá por tudo o resto.
Agora é pôr mãos à obra e praticar muito, mas mesmo muito. A primeira etapa já está concluída: a compra dos materiais.

Vou começar pelas aguarelas porque é mais fácil. Pelo menos é o que dizem. Para mim é tudo igual, tudo difícil. E vou começar por pintar em papel cavalinho. Assim, se estragar a pintura, pelo menos o prejuízo não é tão grande. As telas são exageradamente caras.

Vou dando notícias.